A artrite e a artrose são doenças muito diferentes, embora o que elas tenham em comum seja o comprometimento das articulações. Enquanto a primeira pode ser causada por fatores genéticos, a segunda ocorre em resposta a algum trauma ou ao processo natural de envelhecimento. Os tratamentos também variam, mas a atividade física é recomendada em ambos os casos com o objetivo de prevenir ou tratar as condições.


Começando pela artrose, também conhecida como osteoartrite, trata-se de uma doença degenerativa que acomete a cartilagem articular. Essa degradação acontece quando as células que compõem esse tecido, os condrócitos, começam a produzir menos proteoglicanos (que tem função de mola biológica) e colágeno (que garante resistência).


Na falta desses componentes, a cartilagem começa a se degenerar e a sua capacidade de suportar a carga de movimentos que o corpo exerce é reduzida. Nesse momento, começam a aparecer fissuras na cartilagem e, consequentemente, ocorre o início de um processo inflamatório. 


A cartilagem desgastada não pode ser reposta ou substituída. Sendo assim, além dos medicamentos recomendados pelo reumatologista, o tratamento também deve incluir as seguintes medidas:


– perda de peso;

– fortalecimento global da musculatura;

– fisioterapia, principalmente com uso da hidroterapia;

– acupuntura no combate da dor.



Geralmente, a artrose afeta pessoas mais velhas, sendo pouco comum antes dos 40 anos e mais frequente após os 60. A doença tem impactos significativos visto que representa cerca de 30% a 40% das consultas em ambulatórios de reumatologia e 7,5% de todos os afastamentos do trabalho, segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia.


Conforme mencionamos no início do artigo, existem duas explicações para o desenvolvimento da osteoartrite: sofrimento de algum trauma articular ou devido ao processo natural de envelhecimento. No primeiro caso, por exemplo, pode ocorrer com um esportista que lesionou o ligamento cruzado ou o menisco do joelho. Como resultado, a cartilagem no local é afetada. Aqui vale destacar que pessoas que têm alteração de postura também podem sofrer de artrose precocemente.



Características da artrite

Enquanto a artrose tem início na cartilagem, a artrite começa na membrana sinovial, tecido que faz o revestimento das articulações. Ela é responsável pela produção do líquido sinovial, que funciona como uma espécie de lubrificante para as juntas. Quando esse revestimento é atingido por anticorpos, ocorre um aumento na espessura da membrana, que tende a ficar inflamada. 


Existem diversos tipos de artrite: autoimune, por bactérias, por gota ou vírus. Independente da natureza, a consequência sempre será a irritação da membrana sinovial. A artrite reumatoide é a mais comum e trata-se de uma doença crônica e autoimune que, geralmente, se manifesta entre os 30 e os 50 anos de idade. Ela não afeta exclusivamente as articulações e pode gerar consequências cardíacas e respiratórias devido às próprias características inflamatórias ou aos medicamentos utilizados durante o tratamento. 


O diagnóstico de artrite reumatoide é feito quando pelo menos 4 dos seguintes critérios estão presentes por pelo menos 6 semanas:


– rigidez nas articulações pela manhã 

– artrite em pelo menos três áreas articulares;

– artrite de articulações das mãos, punhos, articulação do meio dos dedos e entre os dedos e a mão;

– artrite simétrica (por exemplo, no punho esquerdo e no direito);

– presença de nódulos reumatoides;

– presença de Fator Reumatoide no sangue;

– alterações radiográficas em mãos e punhos.


É muito importante que o paciente busque o diagnóstico precoce e dê início imediato ao tratamento para que seja possível controlar a atividade da doença, prevenir a incapacidade funcional e, consequentemente, retornar à sua rotina o mais breve possível.


Sintomas da artrite e da artrose

Ambas as doenças apresentam dores nas articulações, no entanto, a artrose é caracterizada, principalmente, pela limitação ou perda da função articular. Os sintomas são mais comuns nas mãos, coluna, quadris e joelhos. 


A artrite, além de afetar as articulações das mãos e dos pés, também impacta os joelhos, ombros e cotovelos. Essas regiões podem doer, inchar e ficar quentes. A enfermidade tende a se apresentar de forma simétrica, ou seja, nas duas mãos, nos dois pés e nos dois joelhos. Febre, sensação de fadiga e dificuldade para se levantar ou se movimentar também podem ser sintomas da doença.


Dores articulares que não cessam após o período de quatro a seis semanas podem ser indicativo de uma das doenças. Nesses casos, é de extrema importância consultar-se com um médico reumatologista e evitar a automedicação. 


Tratamentos para artrite e artrose

Cada doença possui um tratamento específico que deve indicado por um reumatologista a partir de uma consulta individual. No geral, tanto para artrite quanto para a artrose, os médicos recomendam a prática de atividades físicas visando o fortalecimento muscular, além de anti-inflamatórios. 


Existem ainda medicamentos considerados fitoterápicos, além de proteínas como colágeno e proteoglicanos que também podem auxiliar no tratamento. 


No caso da artrite, existem ainda remédios específicos chamados imunobiológicos. São drogas produzidas com células vivas que agem diretamente no alvo que desencadeia a doença. Esse tipo de medicação é bastante eficaz e causa pouco ou nenhum efeito colateral.


Procure ajuda médica

Ao se identificar com os sintomas apresentados, não deixe de procurar ajuda médica para relatar os desconfortos. Dessa forma, será possível obter um diagnóstico preciso sobre o problema nas articulações.


Se houver histórico familiar de artrite e artrose, não espere o surgimento de sintomas para procurar auxílio médico. Lembre-se que o diagnóstico precoce é fundamental para um tratamento mais eficiente. 




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