As doenças da mão e punho são ocasionadas por diferentes causas sendo que a grande maioria estão associadas a infecções, doenças reumatológicas, tumores, problemas hormonais e traumas.

No entanto, o surgimento de patologias da mão também pode ser oriundo de uma série de movimentos repetitivos. Esses traumas recorrentes são chamados de LER (lesões por esforço repetitivo). Quando são realizados durante o expediente são diagnosticados como DORT (doença osteoarticular relacionada ao trabalho).

A seguir, conheça algumas das patologias mais comuns que acometem as mãos e punhos:

Síndrome do túnel do carpo

A síndrome do túnel do carpo tem origem quando o nervo mediano – que localiza-se no túnel do carpo e é responsável pela sensibilidade do dedo indicador, polegar, médio e parte do anelar – sofre uma grande compressão. Quando isso acontece, o paciente sente formigamento e fortes dores na região. Além disso, os movimentos e a força da mão podem ficar comprometidos. 

Após a menopausa, em decorrência das alterações hormonais no organismo, diversas mulheres também são afetadas pela síndrome do túnel de carpo. Não é por acaso que metade dos casos dessa síndrome ocorre simultaneamente em ambas as mãos (bilateral), em mulheres a partir dos 40 anos de idade.

Pacientes que possuem histórico de doença renal, hipotireoidismo, diabetes e gestantes também estão no grupo de risco da doença.

Geralmente, o tratamento é conservador e se dá a partir do uso de remédios anti-inflamatórios e órtese. A necessidade de cirurgia deve ser avaliada por um especialista em cirurgia da mão. 

Dedo em martelo

Existem diversas causas para o dedo em martelo como, por exemplo, a artrite e a artrose, no entanto, o tipo mais comum ocorre durante o desempenho atlético. Essa lesão representa a ruptura do mecanismo extensor terminal dos dedos, possivelmente por fratura ou ruptura tendínea. Com a queda da falange distal, o dedo é dobrado e o paciente não consegue colocá-lo em seu devido lugar. Por isso, a deformidade chama-se dedo “em martelo”.

Neste caso, o tratamento também costuma ser bastante conservador. Nele, o dedo do paciente é imobilizado com uma tala de alumínio por um período de, aproximadamente, 6-8 semanas.

Quando ocorre a subluxação do dedo, a fixação cirúrgica apresenta-se como uma boa alternativa. 

Dedo em gatilho

O dedo em gatilho é ocasionado devido a um estreitamento dos tendões flexores na sua entrada nos dedos. A região mais propícia à lesão é a polia A1 (ou P1 para o polegar). A principal função das polias é manter os tendões firmes e próximos aos ossos das mãos, possibilitando que os dedos se movimentem com mais força. Com o surgimento do inchaço, tais movimentos são comprometidos.

Pacientes que sofrem com o dedo em gatilho relatam um grande desconforto que vai aumentando de forma gradual. Inclusive, essa dor geralmente se manifesta com mais intensidade no período da manhã e pode dar a impressão de que o “travamento” acontece na interfalângica proximal (primeiro “nó” do dedo).

Os fatores desencadeantes por trás dos casos de dedo em gatilho ainda são desconhecidos pela literatura médica. Pacientes com diabetes, artrite reumatóide, doenças renais e gota são mais propensos a serem acometidos por esta patologia.

O tratamento mais indicado baseia-se no uso de anti-inflamatórios, a cirurgia ou a infiltração com corticóides na entrada do túnel osteofibroso também podem ser recomendados, dependendo do grau de desenvolvimento da doença.

Moléstia de Dupuytren

Pacientes que sofrem com a moléstia de Dupuytren, geralmente notam a presença de nódulos na base do dedo mínimo, polegar ou anelar. Mesmo sem a presença de dor, algumas irregularidades podem ser visíveis aos olhos como, por exemplo, afundamentos na pele. A médio prazo, tais nódulos podem se confluir, causando deformidades na palma das mãos.

A literatura médica ainda não identificou a origem exata por trás do surgimento da doença de Dupuytren. Até o momento, o que se sabe é que ela geralmente afeta homens com mais de 40 anos de idade. O tratamento adequado deve ser orientado pelo cirurgião da mão. Em muitos casos, a cirurgia está indicada, dependendo do grau de perda de mobilidade de cada paciente. 

Tenossinovite de De Quervain

A Tenossinovite de De Quervain trata-se de uma tenossinovite estenosante do abdutor longo e extensor curto do polegar sobre o estilóide do rádio. O período da vida mais comum para o desenvolvimento da doença é durante o puerpério (após a mãe dar à luz ao bebê). 

Pacientes que trabalham com os punhos flexionados e/ou com os polegares abertos também podem desenvolver a doença com mais facilidade. 

O seu diagnóstico da patologia geralmente é clínico. No entanto, radiografias e ultrassonografias podem auxiliar em caso de dúvidas.

O tratamento se dá através do uso de medicamentos para diminuir a inflamação, imobilização, alongamentos e fisioterapia. 

Cisto Sinovial

Esse pseudo-tumor benigno, que é facilmente identificado, localiza-se no dorso do punho e pode se aderir em cápsulas articulares e tendões. 

Após a constatação do problema, o tumor pode diminuir ou aumentar de tamanho gradativamente. Sendo assim, quando houver suspeita de cisto sinovial, o paciente deverá realizar um acompanhamento médico. Inclusive, em consequência da dilatação dos tecidos ao redor do cisto, é possível que o paciente sofra com dores na região.

Embora também haja ocorrências entre o público masculino, as mulheres com idade entre 20 e 40 anos estão mais propensas a serem acometidas pelo cisto sinovial. 

O tratamento costuma ser conservador. Em alguns casos, se faz necessária a punção do cisto com infiltração medicamentosa. A ressecção cirúrgica da lesão reserva-se para os casos refratários ao tratamento não operatório.

Fraturas do punho

As fraturas da região distal do osso rádio, popularmente conhecida como fratura do punho, são bastante comuns entre jovens que costumam praticar atividades de alta energia (motocicleta, bicicleta, atividades físicas, automóvel) e também nos idosos, em função da fragilidade dos ossos. 

O tempo de recuperação dessas fraturas é de aproximadamente 06 semanas, sendo o tratamento realizado com gesso ou de forma cirúrgica. 

Fraturas da mão

Assim como acontece nas fraturas do punho, as fraturas da mão também são decorrentes de traumas de baixa ou alta energia. Geralmente acometem homens de 10 a 40 anos de idade e os principais sintomas consistem em dor na mão e limitações de movimento. No que se refere ao tratamento, alguns pontos são levados em consideração, como a gravidade do trauma, o local e deformidades da fratura. 

Os métodos de recuperação mais utilizados são a imobilização por gesso na falange e metacarpos. 

No entanto, se a mão lesionada apresentar desvio rotacional, o paciente deve ser submetido à uma cirurgia, uma vez que a repercussão clínica do trauma pode ocasionar uma grande limitação funcional.

Tanto de forma conservadora, como cirúrgica, a reabilitação das fraturas deve ser realizada com o acompanhamento de fisioterapeutas ou terapeutas ocupacionais especializados. 




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