Quais são os principais desvios de coluna?


A coluna vertebral é o eixo central do esqueleto humano. Além de sua importância para manter a postura ereta, possibilitar a movimentação dos membros superiores e inferiores, proteger a medula espinhal, é ela que garante suporte ao peso do corpo.

Tais alterações anatômicas são consideradas patológicas, quando há redução ou aumento acentuado de uma ou mais curvaturas, o que compromete o alinhamento da coluna e prejudica o bom desempenho de suas múltiplas funções. E mais: qualquer desvio numa região da coluna vertebral pode provocar modificações nos outros segmentos para compensar a alteração e garantir o equilíbrio.


 Os principais desvios de coluna são:


  • Cifose: deformações de cifose são os desvios de coluna no qual ombros, pescoço e cabeça são projetados para frente, provocando o que é popularmente chamado de “corcunda”;


  • Lordose: deformações da lordose ocorrem quando há aumento da curvatura da lombar na direção da frente do abdômen, o que deixa os glúteos mais destacados (síndrome do bumbum arrebitado) e a barriga mais saliente;


  • Escoliose: diferentemente da cifose e da lordose, consideradas desvios fisiológicos normais da coluna vertebral, que só podem ser observados com a pessoa de perfil, a escoliose é uma curvatura anormal da coluna para um dos lados do tronco, determinada pela rotação das vértebras. A deformidade pode ser vista olhando a pessoa de costas.


Continue acompanhando e saiba qual o diagnóstico.



Qual o diagnóstico dos desvios da coluna?


Baseia-se no exame clínico minucioso, assim como nos achados dos exames de raios X da coluna. Além de registrar a ocorrência de desvios no alinhamento da coluna vertebral, a radiografia permite medir o grau das curvaturas e identificar lesões que afetam os discos e as articulações, assim como visualizar sinais de fraturas, luxações ou tumores nessa região do corpo.


Há casos sugestivos de deformidades em que se torna necessário recorrer à tomografia computadorizada e à ressonância magnética para estabelecer o diagnóstico definitivo e encaminhar o tratamento.


No caso específico à escoliose, o teste de Adams tem-se mostrado bastante útil para o diagnóstico precoce da escoliose idiopática do adolescente (EIA), doença que se manifesta na infância e adolescência. Realizado em poucos minutos, esse exame permite identificar desvios anormais no alinhamento da coluna e assimetrias no tronco (um lado das costas é mais alto do que o outro) ligados à rotação vertebral e à presença da gibosidade.



Tratamento de desvios de coluna


Alguns desvios patológicos de coluna são assintomáticos. Quando os sinais da doença se manifestam, em geral, o tratamento é conservador e leva em consideração as peculiaridades de cada caso no que se refere à idade do paciente, ao grau e padrão da curvatura, às características da deformidade instalada, à intensidade da dor. 

O objetivo é interromper a progressão do transtorno, recuperar as funções da coluna vertebral e aliviar os sintomas. Se for possível identificar a causa do distúrbio, a atenção deve voltar-se também para o controle da doença de base. Nos casos de obesidade, é imprescindível que o portador encontre uma forma de perder peso.

De forma geral, o tratamento conservador inclui técnicas de fisioterapia, como a RPG – Reeducação Postural Globalizada — exercícios de alongamento e para fortalecer a musculatura e estimulação elétrica. Órteses, como palmilhas e coletes ortopédicos, podem ser úteis para deter a progressão da curva e, na medida do possível, manter ossos e articulações na posição adequada.


O tratamento conservador não exclui o uso de medicamentos anti-inflamatórios, analgésicos e relaxantes musculares para alívio da dor, tais como paracetamol, aspirina, ibuprofeno, dipirona, diclofenaco de sódio.

Para estabilização da coluna vertebral a cirurgia só é recomendada para pacientes adultos em situações muito especiais. Na escoliose, por exemplo, ela só representa uma opção para corrigir a deformidade, quando o desvio é superior a 50º, a dor é intensa e há comprometimento da função pulmonar.



Como cuidar corretamente da coluna?


Os cuidados com a coluna vertebral devem começar na infância. A criança precisa ser estimulada, no dia a dia, a desenvolver uma postura correta, ou seja, aquela que demanda menor esforço muscular para garantir proteção para todas as estruturas da espinha dorsal. Adquiridos esses hábitos, o ideal é que sejam observados a vida inteira. Para tanto, é fundamental:


  • A obesidade representa um risco: por isso é importante manter o peso corporal dentro dos padrões ideais para a altura e idade. O excesso de peso não só altera a posição de equilíbrio do corpo, como provoca o desgaste das articulações e pode levar à calcificação das vértebras;


  • Dizer não ao sedentarismo. A prática regular de exercícios físicos, desde que bem orientados, representa um recurso importante para fortalecer a musculatura das costas, dos quadris e do abdômen e dar sustentação à coluna;


  • Adotar uma alimentação saudável e variada, rica em cálcio, mineral essencial para a saúde dos ossos;


  • Não deixar de lado os cuidados de proteção da espinha dorsal ao transportar objetos pesados. Carregá-los bem junto ao corpo, ajuda a diminuir a força imposta sobre a coluna, a musculatura e as articulações;


  • Fugir da automedicação para alívio da dor e de outros sintomas atribuídos empiricamente aos problemas da espinha dorsal;


  • Procurar assistência médica é uma medida indispensável diante de qualquer alteração que possa sugerir um desvio patológico da coluna;


  • Escolher cuidadosamente o tipo de calçado e a altura dos saltos, para evitar os que podem comprometer a marcha e forçar as estruturas da coluna vertebral.



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