20 de dezembro de 2022
Você sabia que as mulheres possuem mais chances de se lesionarem na prática de esportes? Isso acontece por diversos fatores, sendo os principais de origem biomecânica e estrutural.
Neste artigo, vamos entrar nos detalhes de por que as mulheres se lesionam mais e como essas lesões acontecem, passando pelos seguintes tópicos:
- A anatomia feminina
- Como evitar as lesões?
- O papel da alimentação
- Treinos de força e estabilidade
- Conclusão
Esperamos que você tenha uma boa leitura!
A anatomia feminina
Em aspectos gerais, as mulheres possuem de 12 a 15 quilogramas a menos que os homens, e entre 7 e 10 cm de altura a menos. Além disso, com menos massa muscular, uma estrutura óssea menor e um quadril mais largo, a biomecânica das mulheres difere, principalmente nos membros inferiores.
Enquanto os homens têm um alinhamento maior entre ombro, quadril e pés, que facilita a corrida, as mulheres têm uma angulação mais inclinada entre quadril e pés, facilitando a ocorrência de lesões no joelho, por exemplo.
Mesmo que a estrutura feminina predisponha a maior incidência de lesões, o principal responsável ainda é o esporte, especialmente os de impacto. As atividades que exigem o giro do corpo e o salto são as mais perigosas. Nesses casos, ocorre muito a lesão no Ligamento Cruzado Anterior, oito vezes mais comum nas mulheres.
Outra predisposição maior nas mulheres é a ocorrência de osteoartrite e artrose após uma lesão. Pode-se interpretar tal fato tendo em mente as diferenças hormonais entre homens e mulheres, que estão diretamente relacionadas com a recuperação de uma lesão. Mulheres que entram na menopausa, por exemplo, perdem disposição com a baixa produção hormonal, o que as leva a diminuir a prática de exercícios, tornando-se mais frágeis mesmo no curto prazo. Nesses casos, é recomendável fazer a reposição hormonal e voltar à prática de atividades físicas com acompanhamento profissional.
O principal hormônio ligado às mulheres é o estrogênio. Seu papel na saúde dos ossos é fundamental, pois é ele o responsável por mantê-los resistentes. Com sua baixa produção, outros problemas aparecem, deixando a mulher exposta a uma tríade de problemas: transtornos alimentares, perda da qualidade óssea e desregulação de ciclos menstruais.
Neste último ponto (ciclos menstruais anormais), é curiosa uma constatação feita através de estudos, que mostra que 66% das atletas já tiveram ciclos menstruais irregulares, enquanto na população geral esse número fica entre 2 e 5%.
Quanto ao desenvolvimento mineral ósseo da mulher, 92% ocorre antes dos 18 anos. Por isso, é importante ficar especialmente atento à saúde dos ossos até essa idade. Caso haja perda da qualidade dos ossos, prejudicando seu desenvolvimento, e não ocorra tratamento, depois dos 18 anos já não será mais possível reverter o processo e a mulher terá baixo teor mineral nos ossos por toda a vida.
Em relação à parte superior do corpo feminino, as mulheres têm braços mais curtos e aquelas mesmas características de menor massa muscular e ligamentos mais frouxos. Assim, as lesões nos ombros também são mais comuns nas mulheres. Atletas que praticam esportes como vôlei, basquete e handebol devem ser as mais cuidadosas, pois o ombro é uma articulação bastante complexa que, após lesionada, tem menos chances de voltar à amplitude e qualidade de movimento anteriores. Como a mulher tem menos músculos, a fadiga na articulação ocorre mais cedo, alterando a mecânica do movimento e contribuindo para o que chamamos de lesões overtraining, decorrentes da sobrecarga de músculos e articulações.
Até o momento, listamos diversas características que propiciam a maior incidência de lesões nas mulheres. Mas, afinal, é possível fazer algo para contornar esse fato?
Como evitar as lesões?
Sim! É possível tomar alguns cuidados para diminuir as lesões, tanto por homens quanto por mulheres. Vamos ver alguns deles!
O papel da alimentação
Já ouviu o ditado “nós somos o que comemos”? Pois é, é por aí mesmo.
Para desenvolver um corpo forte e saudável, é preciso se alimentar com comidas que proporcionem isso. Verduras, frutas, grãos e, principalmente, carnes. Além disso, é importante checar os níveis de vitaminas como a vitamina A, a D, a B6 e a B12. Muitas vezes, a suplementação pode ser uma incrível aliada! Além disso, o cálcio também deve estar em níveis adequados.
Talvez a alimentação seja um dos principais pontos para diminuir as chances de lesão. Então, não subestime o poder de uma dieta equilibrada!
Treinos de força e estabilidade
As mulheres também devem fazer treinos de hipertrofia! Muitas têm medo de ficarem muito “grandes”, com aspecto masculino. Porém, não se engane: não é tão fácil assim.
Nem mesmo os homens, com altos níveis de testosterona, ganham bastante massa muscular rapidamente. Então, fique tranquila. Provavelmente você nunca desenvolverá um aspecto masculinizado a não ser que treine de forma quase profissional, com alta ingestão de proteína e treinos que vão sempre até a falha. Além disso, se isso porventura acontecer, basta parar de treinar o grupo muscular ou diminuir a intensidade dos treinos.
Fortalecendo os músculos, a estrutura como um todo fica mais resistente, dificultando o risco de lesões. Além disso, realizar treinos de estabilidade pode ser muito benéfico na prevenção. Tudo isso, junto com sessões de alongamento (como o pilates), construirá um corpo mais forte e resistente. Mas é importante sempre buscar acompanhamento profissional, certo?
Conclusão
As mulheres realmente possuem fatores que predispõem as lesões no esporte. Isso é inegável. Porém, nem de longe isso é motivo para ceder ao sedentarismo ou ao desânimo. É perfeitamente possível desenvolver uma rotina de esportes e exercícios, sem se lesionar, contato que se desenvolva hábitos saudáveis de alimentação e, principalmente, que haja o acompanhamento certo.
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Osteocore – Núcleo de Ortopedia e Traumatologia